SENTIR RAIVA SEMPRE É NEGATIVO?

Recebi como contribuição de tema para nossa página a seguinte questão: Li a seguinte frase: “a raiva é um castigo que damos para nós mesmos pelo erro de outra pessoa”. Então porque carregamos esse sentimento e nos sabotamos tanto?

Para entrarmos nesse assunto é importante salientar que as emoções possuem um papel importante para a manutenção da nossa saúde mental e para a preservação da nossa própria vida, uma vez que é através delas que assumimos um melhor posicionamento em relação àquilo que nos ocorre tanto interna quanto externamente. falando mai especificamente sobre o sentimento da raiva, é ela que nos oferece as condições para encarar alguma situação de perigo, dando-nos coragem diante de algo que de alguma forma nos ameaça. Ao ser expostos a uma situação de hostilidade ou de frustração podemos utilizar da motivação por ela oferecida para assumir uma postura proativa, que nos permite sair da situação de desconforto na qual nos encontramos. Vista por esse ângulo podemos afirmar que em muitos casos esse sentimento é necessário e desejável.

Por outro lado, o sentimento pode ser prejudicial ou mesmo ser indicativo de que existe algo mais acontecendo conosco e que merece ser investigado com bastante atenção, sob pena de nos entregarmos a um sentimento corrosivo da nossa energia e da nossa saúde mental e física. Por isso é necessário que fiquemos atentos à frequência com que sentimentos dessa natureza se manifestam e, sobretudo se os eventos a eles ligados se justificam. Isso porque muitos sentimentos que nos assaltam podem ser resultado de outros problemas pelos quais estamos passando e que nem sempre está presente em nossa consciência. Como a questão formulada acima nos sugere, pode até ser uma forma inconsciente que a pessoa utiliza para se punir por algo que a está incomodando, normalmente ligados a sentimentos de culpa ou outro sentimento ligado a aspectos que a impede de se sentir merecedora de realização ou satisfação, razão pela qual ela se sabota sem que ela o perceba diretamente. Daí a importância de ficarmos atentos aos sinais oferecidos tanto pelo nosso corpo quanto pelas nossas manifestações psíquicas, a fim de não sejamos nós mesmos os nossos principais algozes e que possamos também desenvolver maneiras de lidar funcionalmente com nossos sentimentos e emoções.