RELAÇÃO ENTRE A AUTO IMAGEM E QUALIDADE DE VIDA

Na presente publicação quero te convidar a refletir sobre a forma como construímos nossa própria imagem e os efeitos que essa elaboração provoca em nossas vidas, começando pelos seguintes questionamentos: se você fizer agora um exame sobre esse assunto, você afirmaria que sua auto imagem representa quem você de fato é, ou está distorcida em relação à realidade? De que maneira a forma como você se vê se liga ao seu comportamento diante dos desafios que a vida lhe oferece?

Olhando essa questão à luz da psicanálise, podemos afirmar que a imagem que a pessoa constrói a respeito de si mesma funciona como um importante influenciador da sua saúde e bem estar emocional, uma vez que ela interfere de forma direta nas suas relações afetivas, sociais e emocionais. O senso comum apregoa que para se dar bem socialmente é necessário que antes o indivíduo consiga se relacionar bem consigo mesmo. Ocorre que nem sempre é fácil transformar aquilo que é idealizado em prática efetiva, uma vez que cada pessoa, a partir da forma como vivencia seus eventos existenciais, constrói um significado todo particular a respeito de si mesma, bem como do mundo que a circunda. Essa crença elaborada pelo indivíduo pode interferir fortemente na maneira como ele irá se relacionar consigo mesmo e com as demais pessoas que compõem o seu universo.

Em outras palavras, quando alguém elabora uma visão distorcida acerca de si, normalmente desenvolve também uma relação disfuncional com as outras pessoas e com o seu mundo, visto que seu posicionamento diante desses agentes não será com base naquilo que ele realmente é, mas naquilo que ele imagina ser. É como se houvesse na mente do indivíduo uma espessa camada de ilusões a acobertar as qualidades que estão escondidas no seu íntimo. Para solucionar situações dessa natureza é importante que o indivíduo passe por um processo analítico, visando a adoção de posturas mentais que permitam que a crença equivocadamente construída seja ressignificada, e que seja desenvolvida uma visão mais cristalina e objetiva que lhe permitirá conhecer suas reais potências e fragilidades. Esse é o caminho aconselhável a todos aqueles que desejam levar uma existência plena e saudável.

Uma das formas eficientes para atingir esse estágio é desenvolvendo um nível de consciência acerca das crenças que ocupam o centro das percepções que o indivíduo tem sobre si e englobam uma série de comportamentos que podem ser saudáveis ou disfuncionais. Essas crenças causam impactos que podem ser positivos ou negativos, a depender da maneira como elas estão estabelecidas, sendo que sua formação acontece ao longo do desenvolvimento da vida, a partir dos impactos positivos e negativos que os eventos tiveram sobre a pessoa. Existem casos em que uma boa parte das percepções estabelecidas ao longo da vida são funcionais, conduzindo a pessoa a concentrar-se em suas virtudes e forças. Quando isso ocorre é comum que as pessoas pautem suas ações pelas convicções de que são boas naquilo que executam, se deixando guiar por um alto grau de crença em si mesmas, experimentando um índice salutar de controle das emoções, buscando soluções efetivas diante dos desafios, ao invés de entrar num ciclo infrutífero de lamentações acerca daquilo que considera seus infortúnios.

Por outro lado, as crenças centrais negativas são formadas diante de experiências traumáticas ou eventos que tenham provocado algum tipo de sofrimento mental do indivíduo. Essas crenças podem ser manifestadas por meio de frases como: “eu sou incompetente”; “eu não tenho valor”; “eu sou fraco;” não tenho boa aparência”, etc. Como vemos, são posturas mentais que incapacitam a pessoa antes mesmo que ela dê início a qualquer ação e que colocam em risco qualquer empreendimento.

Se ao fazer a reflexão proposta no início, você constatou que costuma desenvolver pensamentos e atitudes disfuncionais, pode ser que você esteja sendo limitado por crenças disfuncionais e limitantes. Nesse caso convém procurar um profissional qualificado, a fim de construir, com sua ajuda, o caminho da superação dessas crenças, visando a potencialização das suas melhores qualidades. Já parou para pensar nos benefícios que essa nova postura pode lhe propiciar?